Desejo ou Necessidade

Desejo ou Necessidade
Um dia destes, discutindo com os funcionários do Restaurante sobre ler sobras de bebidas que os clientes pedem, pagam e não consomem, acabei chegando a uma conclusão sobre desejo e necessidade.
Para eles, já que sobrou e o cliente não quis, qual o problema de levar para casa e aproveitar aquele champanhe tão caro ou aquele vinho tão saboroso? O chefe foi categórico: ele precisava daquele vinho!
Bem, ficou resolvido que se o cliente não consumir, o produto fica na casa e depois, a gerência mesmo deita fora, como eles falam por aqui. Jogar no lixo. Com isto, espero que eles, os funcionários de mesa não economizem em servir os clientes pois sabem que mesmo que sobre, não vão ficar com ele. Também prevenimos nossos funcionários de uma possível contaminação, pois não sabemos depois da garrafa aberta se o cliente colocou os lábios ou qualquer outra coisa naquele liquido. Isto vale para as comidas também. Não ficaram muito satisfeitos, só que já aprendi que não consigo mesmo agradar a todo mundo.
Ai, eu me lembrei da minha dieta. Eu, que me considero tão pacífica, vivo em uma longa batalha com a balança. Eu também tenho sobras em minha vida que não me pertencem mais, pois se eu ficar com elas, meu volume vai aumentando cada vez mais. E teimo em levá-las para casa…
Eu necessito comer bem, mas meu desejo pela comida é obsceno. Inclui sempre uns amendoins com mel e chocolate com chocolate.
Eu necessito ter um corpo saudável mas desejo ser gorda?
Assim como o pessoal do restaurante precisa de mais orientação e vigilância, eu vou me colocar na mesma plataforma.
Será este é o inicio do desabafo neste blog sobre as minhas dificuldades de emagrecer ou, melhor, o inicio do meu processo de emagrecimento público?
Aff

vestida de vermelho

Vou colocar uma foto bem linda, minha, vestida de vermelho!

Para minha Mãe

Primeiro de Junho…Dia Internacional da Criança
Em 2003 eu estava em Portugal, indo conhecer Braga. Fiquei encantada com diversas manifestações feitas para crianças e por crianças.
Minha mãe estava no Brasil. Na UTI do Hospital Adventista do Sétimo Dia, após uma operação para colocar safenas. Ela tinha sido operado no dia de Santa Rita e me garantiu que eu poderia fazer minha viagem, que era um trabalho que eu precisava muito, estava tão pobre naquela época, tão pobre, tão sem perspectivas… que ela não iria morrer. “Vai e volta, que eu vou ficar aqui lhe esperando. Conhece Portugal por mim.”
E assim eu fiz. Olhava para tudo como se eu quisesse guardar todas as imagens, cores, emoções de tal maneira que quando voltasse explicar para ela o que eu tinha me apercebido. E o dia da criança era um acontecimento que eu não poderia deixar de relatar.
Ela realmente me esperou voltar. Minha mãe era muito poderosa. “Pode ir, eu não vou morrer!” Naqueles dias, não morreu mesmo de uma vez. Mas morreu um pouquinho de cada vez, todos os dias, em que esteve naquela UTI, até 11 de Julho.
Neste período a gente continuou brigando. Acho que era nossa forma de se relacionar. Eu queria que ela comesse, que se alimentasse para sair logo daquele hospital e para isto usava a experiência de Portugal como se ela pudesse ver, através dos meus olhos, do meu coração, todo aquele mundo que queria tanto conhecer nesta vida. Não teve jeito mesmo. Cada dia, mais insuportável. Cada dia, mais briguenta. Cada dia, sofria mais. Cada dia, me renegava porque assim, eu acho, ela achava que eu não sentiria falta dela. Acharia até bom ela ir embora.
E foi assim. Quando ela morreu, naquela sexta feira a tarde, em um por do sol lindo, eu me senti aliviada. Só que doeu muito. Doe até agora. Doe demais. Sinto tanta falta dela. Sinto falta das brigas, das palavras de censura, sinto falta do amor. Dos conselhos tão sábios. Da sua determinação. Da sua alegria. De cantar alto, bem cedo. Sinto, principalmente falta da sua certeza, que tudo acabaria bem. Que eu era linda, que eu podia tudo, que eu venceria sempre.
Ah, Mamãe. Que falta você me faz. Ainda bem que a gente se perdoou tanto naqueles dias de hospital. Não tenho nenhum remorso, nenhuma pena, por não ter feito, isto ou aquilo. A gente fez sempre o que queria, você e eu. Você me ensinou a ser verdadeira, a ser inteira, a ser intensa. Porra, mãe. É foda ser assim. Tão tudo sempre. Porque quando a gente sofre, a gente usa a mesma vitalidade.
Agora percebi porque eu gosto tanto do por do sol… é como você estivesse sempre por perto. Aqui em África, à tarde, eu me sinto sempre protegida quando vejo o sol se por. Me sinto tão vermelha. É, Dona Lourdes. Você conseguiu tudo o que queria nesta vida. Entre outras coisas, fez de sua filha, um mulherão.
Agora, eu tenho certeza que você já foi a Portugal. Já sentiu aqueles cheiros, já se misturou com aquelas cores.
Dia da Criança... Sua neta, que dorme agora, neste feriado de dia das crianças, também já está uma moça. E eu agora que sou a bruxa má. Sem problemas. Ela me ama. Pode não me entender sempre, só que sabe que pode contar comigo. Que eu aguento o tranco. Entre lágrimas e beijos.
Assim como eu sempre contei com você. Assim como eu lhe amei, lhe odiei e voltava sempre a amar.
Dias das Crianças... ainda tenho a minha fazendo bagunça dentro de mim. Bota a cara para fora, faz travessuras. Com certeza é isto que me faz ser esta mulher tão interessante.
Mãe, esteja bem. A gente também está legal. Um dia mais, outro dia menos. É assim que a vida é. E a morte também não deve ser diferente.
Beijos fluidos em sua alma. Obrigada por ter me incentivado sempre a escrever. O que seria de mim, sem as palavras, minha sábia e saudosa mãe?
Hoje, vou prestar uma homenagem mais atenta ao Por do Sol. Depois lhe conto.
Fui!

Rita Sabida

A Rita é minha neta leite, aqui de Luanda. Tem a Kiesse, que é a café. As duas, mais a minha filha, me fazem reforçar, diariamente minhas certezas sobre o poder do pequeno almoço. (IEOH)
Dei para cada uma destas criaturas de 2 anos, a coleção dos dvds da Xuxa. Para agonia e desespero dos pais. Mesmo pirata, que Deus se apiede da minha alma, pois da língua eu tenho tentado dar um jeito, estes dvds tem feito o maior sucesso com as baixinhas.
Um dia destes a Rita machucou o dedinho do pé, caiu algo em cima dele. Muito sangue, muita dor. E o que confortou aquela criaturinha loirinha foi a promessa de ir para casa assistir a Xuxa. A mãe dela que me contou, e que pela primeira vez, ficou grata a loira brasileira que enlouquece há muito tempo as crianças. E sabia que a dor devia ser muita, pelo estado amassado do dedinho.
Mesmo sem estar presente no dia, senti aquela dor da Ritinha Princesa como se aquele objeto também tivesse me ferido. Ela tão pequena, o dedinho, tão coxito. E a vontade daquela criança de assistir a Xuxa, para atenuar a sua dor ficou, como ultimamente as coisas tem ficado, pairando feito um ave barulhenta em minha cabeça.
Que vontade legitima é esta que pode superar a dor? Que Xuxa eu tenho que possa operar este milagre, de trazer conforto, em meu próximo sofrimento? Tenho tido uma dor constante e silenciosa em meu coração neste mês de Janeiro. Uma dorzinha, silenciosa e persistente, resultado de uma ferida, provocada por uma desatenção minha, que faz meu coração sangrar, gotinha a gotinha, todos os dias e principalmente, religiosamente, durante o chegar da noite.
Assim como a Rita também quero que a dor passe. Assim como ela, tenho que ter uma alternativa. Ela é tão sábia. Eu também preciso estancar o sangue.
E encontrei: Mamma Mia. O musical da Meryl Streep, com as musicas do ABBA. Um dvd também alternativo, o que para os meus antigos padrões de exigência e de civilidade, ainda me fazem um tanto mal. Prefiro sempre os originais, mas o que posso fazer? Mamma Mia!
Aqui estou eu cantando e dançando que nem uma enlouquecida (em algumas situações sem emitir som e sem me mexer da cadeira) todas as vezes que eu precisar.
Se a dor passou? Ainda não. Só que eu sei que vou ficar boa. Aproveito para me lembrar de um telegrama que meu amigo José Mauro me enviou, me dizendo, que nada como um beijo para fazer a dor curar. Mamma Mia!

Stiff Necked Fools

Stiff Necked Fools


Neste final de ano, em um condomínio a beira mar em Angra dos Reis, entre os muitos fatos do meu quotidiano que considero coisas do Além, dois se destacaram. Um eu conto aqui, outro vai para a lista do IEOH. Não se trata de nenhum Instituto literário, só uma classificação: »Isto É Outra Historia.» Desde que voltei a escrever, por causa deste blog, os assuntos se misturam, então eu tenho que ordenar as ideias e as lembranças. Então, o que aparecer e não couber nas linhas, ou não for adequado ou pertinente, vai para o IEOH.

Voltando, ao Reveillon. Naqueles dias chuvosos, véspera do ano de 2009, naquela casa alugada por uma turma de brasileiros (2), angolanos (4), com idades dos 2 aos 50 (pelo amor de Deus, Pai, não vão me perguntar aonde eu ficou nesta escala…) a música que ecoava com maior frequência e volume era na voz de Bob Marley. O Jo, meu amigo angolano, adora musica a ponto de ir para a praia e deixar o som lá, vibrando, porque mesmo longe, ele sabe o que está rolando sonoramente. Isto quando ele não colocava kisomba, que é um ritmo maravilhoso. Para dançar, assim rápido e bem juntinho. Um espetáculo de dança.

Em uma daquelas poucas tardes de férias, um brasileiro aparece por lá, emocionado, e confidencia ao Jo que a musica que estava tocando ele não escutava há 19 anos… Eu não sei o que me surpreendeu mais, ele não escutar uma musica que ele gostava tanto a tanto tempo ou ele assumir este tempo. A música que ele poderia ter saudades era Stiff Necked Fools. Eu quase escrevi aqui, assim. A musica que ele tinha saudades era esta. Só que não dá para você ter saudades de uma musica, a não ser que você não tenha como escutar. OU será, que dá? IEOH

Eu fiquei com esta coisa na cabeça e tive inveja daquele cara, que entrou naquela casa desconhecida, de coração aberto e assumir que tinha um tempão que não escutava aquela musica. Eu comecei a pensar nas coisas que eu não faço, vejo ou escuto há muito tempo. Transar foi a primeira coisa que me ocorreu. Transar, não trepar ou fazer amor, que são coisas para mim bem diferentes. Trepar remete a escada, lâmpada queimada, bicicleta. Amar, poesia, fidelidade. Transar é … transar, tudo de bom, né? Então, será que se eu falar, não para alguém totalmente desconhecido, » tem 19 dias que eu não transo», depois de ver uma cena maravilhosa na televisão do vizinho, será que vão me dizer: não fica triste não, a gente transa com você… Porque o Jo ficou de gravar um cd com a música para o saudoso. Ou vão me achar uma doidivanas? Agora, se eu falar, tem 19 anos que eu não transo, me internam? Me interditam? Não sei, creio que não saberei porque não vou ficar perguntando isto por ai e também, o que isto importa?

Eu também me lembrei que tem muito tempo que eu não escuto a musica do Butch Cassidy. Raindrops keep Falling… e que o Paul Newman morreu. Assim como o Bob Marley. Também tem tanto tempo que não ando de bicicleta… E perdi o tesão de me lembrar. Fico novamente com a transa na cabeça. No corpo.

Tem quanto tempo mesmo? Será que a gente se esquece disto? Acho que a gente escolhe não lembrar. Ate quem é casado não fica ai transando todos os dias. Tem períodos e períodos. Só que a gente não declara, porque não interessa a quase ninguém.

Agora, sem ser chata, será que fica na cara escrito? Assim, tipo, estou sem transar tem 19 meses? Porque a transa, tem umas que ficam em evidência. Grávida, por exemplo. Transou! Não, antes podia ser assim. Ultimamente, se engravida sem contatos, inseminação artificial. Quando a gente transa depois de muito tempo, fica assim meio boba. Será que quem olhasse para aquele homem saberia que ele não escutava aquela musica do Bob Marley há tanto tempo?

Bem, não vi a cara do cara que não escutava esta musica do Bob Marley a dezenove anos. Vocês também não vão ver a minha cara por estes dias. Então está tudo bem. Você não me liga, eu não lhe telefono.

Agora, que está historia não me saiu da cabeça, ainda não saiu não.IEOH

Kim

Kim

Já tive alguns cães na minha vida. O primeiro foi o Pingo, um Pinscher que chegou lá em casa quando eu tinha 6 anos. Ele me viu crescer. Acompanhou minhas primeiras cólicas, meus primeiros beijos na boca, meus primeiros regimes. Por gostar dele, tive meu primeiro trabalho: passear com cachorros. Cobrava legal por isso. Tinha muitos fregueses. Nesta época era assim que se chamava a pessoa que comprava nossos serviços. Meu primeiro freguês foi o Boxer da D.Dulce, eu morria de medo dele, mas isto é outra historia.
O Pingo viveu quase 16 anos. Ele me esperava chegar deitado na poltrona Geli na sala do edifício dos Bancários, no Flamengo. E latia quando eu metia o pé no elevador, lá em baixo, fossem 11 ou 17 andares de diferença. Ele me fazia muita companhia. A gente vestia ele no Carnaval de Pierrot. E eu contava a ele meus segredos, o abraçava quando ficava muito feliz, muito triste ou só porque sempre gostei de abraçar.
Quando o Pingo morreu, meu Pai, ou não estava mais com a gente ou já iria embora deste mundo. Faço muitas confusões com datas. Sempre fiz e acho que isto suavizou algumas dores, ao longo do tempo. Eu não estava com ele. A gente teve que deixá-lo com meus tios quando nos mudamos para Petrópolis. AH, foi isto que aconteceu. O Pingo morreu depois do meu Pai. O que não altera nada a dor das perdas. Só enche os parágrafos. Datas são para isto… Também não vou meter meu Pai nesta historia de cachorros. Ele merece um livro em separado, não pequenos espaços num conto.
O fato é que ele morreu e eu não estava com ele. O Pingo, pingo nos is.
Depois veio o Chiquinho. Este comeu o primeiro lagarto que a Mamãe comprou depois da morte do Papai. Ficamos tão sem dinheiro nesta época, que carne era um luxo ao qual não tínhamos muitas pretensões. Ai, em um belo domingo, minha mãe assou aquela carne, iria fazer o maior banquete e o cachorro foi lá e comeu tudo em um momento de distração dela. Com barbante e tudo, pois era assim que ela cozinhava as carnes. Mais uma que quero meter nesta historia. Foi a cena mais cômica e triste ao mesmo tempo que vimos naquele ano. Teríamos outras. O Cachorro vira lata de nome Francisco, comeu a carne assada da família empobrecida e faminta. Bater no cão? Deu até vontade. Mas quem o conseguiu agarrar? Forte como ficou! Deu linha. Também, mesmo que a gente segurasse ele, quem teria coragem de bater? Acho que um dos meus irmãos teria!
Vou falar logo do Magaiver. Filho da Vadia e do Pluto era o Pastor menos alemão que apareceu. Lindo, eu o achava lindo. Ele foi um cachorro meigo e meio apalermado. Teve doenças serias quando nasceu e eu cuidei dele, um reveillon inteiro, sem sair, sem festas e sem procissão marítima. Fiquei lá, ao lado da cama, claro ficou na cama. Remédio de hora em hora. Sarou. Cresceu. Acompanhou minha historia naquela Angra dos Reis que eu resolvi morar. Uma noite, uma vez, só esta vez, que nem conversa de pescador, eu bebi demais. Acordei com ele deitado ao lado na cama. Um vexame. Jurei que não bebia mais. Hoje não bebo mais. O Magaiver também morreu, em um sete de Setembro, também com quase 16 anos. Ao contrario de outros acontecimentos, deste guardei a data. Talvez porque ele teve que ser sacrificado. E eu também não estava com ele.
A Tiana, a vira lata que chegou lá em casa um ano antes da minha filha nascer também morreu no ano passado. Com catorze anos. Ela, assim como o Magaiver, acompanharam grandes lances da minha vida. Principalmente a minha gravidez. Eles cuidavam da minha filha no carrinho. Sempre me fizeram companhia, ouviram meus lamentos, minhas conquistas e receberam muitos abraços. Sempre gostei de abraços.
Agora tenho o Kim. Ele me escolheu em um salão de cabeleireiro, há quase 7 anos atrás. Ele é um poodle branquinho. Se enroscou nos meus pés e o dono, que tinha entrado naquele lugar para desabafar seu desespero, pois precisava arrumar um dono para aquele novelo branquinho. Achou a dona, ou melhor, ele virou meu dono. Bicho se apossa da gente de uma forma incoerente. Isto para quem deixa. Minha amiga Helô jamais permitiria tal aproximação.De Angra dos Reis, fomos para o Rio de Janeiro, em Santa Teresa. Aqui neste bairro tão charmoso um Cokier spaniel perdido me adotou. O Amigão. Foi o único cachorro que me mordeu. Não, o Pingo também me deu uma dentada, só que não saiu sangue nem ficou uma cicatriz na perna. Este continuou no Brasil. Uma vez passei com a cadeira de rodinhas em cima da barriga dele, no que resultou na maior mordida de minha vida. Sangue para todo lado. Não consigo até hoje definir qual de nós dois ficou mais desolado ou assustado. Este também merece uma historia. O Gordo.
Depois, resolvemos atravessar o Atlântico e agora a gente mora em Luanda, Angola. O Kim veio com a gente e ficou aqui enquanto fomos para o Brasil para as Festas de final de ano. Quando voltei encontrei ele aqui, magrinho, todo quietinho, sem querer comer. Pegou uma febre, ficou com anemia. Começou logo com os antibióticos e carne na tigela, e já esta se recuperando.
Nestas noites silenciosas aqui em nossa casa, ele e eu, já que minha filha continua no Brasil, cuidando dele, atenta a sua respiração tão fraca e irregular, eu percebi o quanto este animalzinho precisa de mim. Eu nunca tinha me dado conta disto desta forma. Eu sempre achei que eu precisava deles. Da companhia fiel e silenciosa deles. Tratá-los fazia parte do contexto. E eles, com seus latidos e prepotência, nos defenderiam de todo o mal.
Com o Kim nos braços, tão indefeso eu me senti tão importante, tão grande, tão responsável que quase arrebentei o peito.
Continuo gostando de abraços. Abraço meu cãozinho e digo a ele: eu estou aqui.
E nesta noite africana de lua cheia, meus sentimentos atravessam o azulado escuro céu, aonde o Pingo, o Magaiver, o Pluto, a Vadia, a Luna e a Tiana estiverem, contando da certeza que eu sempre estive com eles. E soprando para o Amigão, para a Safada e o Xazan (os cachorros que ficaram em Angra e que também querem uma história) que eu estou com eles.
Esta gratidão percorre o tempo e o espaço.