um texto de Rosana Braga

E a vida vai continuando e a gente segue cada qual com seu ritmo.
Tem horas que o coração desacelera, que a respiração se torna tão forte que parece que vai faltar ar.
Tem momentos que dá um pânico, um desespero, uma vontade de fugir em um foguete para um lugar desconhecido e, como neste maluco projeto se tem a certeza que como ninguém irá nos resgatar, não arriscamos a ir tão longe e vamos chorar, agachadinhos em um cantinho seco em um banheiro qualquer.
Ai, a gente se lembra dos momentos em que voamos em um lindo e enorme balão colorido, sobrevoando praias de águas azuis e areia branquinha, montanhas altas, florestas com diferentes tons de verdes, com cheiros peculiares e um vento carinhoso nos acariciando o rosto. Aí, fazemos contar para todos, que nos vejam e nos admirem: estamos bem! estamos ótimos! amamos e somos amados! Ei, povo! Não precisamos de resgates, não precisamos de nada, só de nos esbaldar naquela felicidade.
Assim como o foguete, o balão tem um lugar de destino. Tiveram um lugar, que pode ser o mesmo ou não, de começo de viagem. Nós, os passageiros é que mudamos a farda, mudamos a velocidade, mudamos e mudamos, porque, na real, são só nossos pensamentos que fazem a viagem. A gente, continua no mesmo lugar.
Todos nós, em algum momento de nossas vidas, tivemos esta certeza. Só que tem vezes que a gente esquece e embarca com tanto propósito que qualquer sudoeste besta nós arremesa de cara no nada.
É, hoje naveguei nas palavras.
Nada de balão, nem tão pouco foguetes. Estou caminhando com meu sapatinho básico, com um meio salto, bolsa solta no braço, alguém dinheiro na carteira, óculos escuros de grau, perfumada de almiscar, dando voltas no quarteirão. E trabalhando.
Se der, passo ai para lhe buscar e vamos tomar um cafezinho.

um texto de Rosana Braga que eu curti muito

O seu dia vai chegar!

Por Rosana Braga
www.rosanabraga.com.br

A vida é mesmo incrível e imperdível! Os opostos e aparentemente contraditórios contêm em si sabedoria e verdade. Afirmo isso pensando justamente em dois ditados que, embora gramaticalmente se anulem, na prática do viver servem para nos mostrar o quanto é imprescindível apreender cada instante para que, enfim, o grande dia chegue!

“Quem procura, acha!” e “Pare de procurar, e encontrará!”

É bem possível que essas duas sugestões já tenham funcionado com você. Mas também é muito provável que você se questione recorrentemente sobre como saber quando continuar procurando e quando parar de procurar?

A questão é que queremos certezas, e é bom partirmos da premissa de que certezas não combinam com vida, sucesso, realização, desejo, felicidade, amor ou qualquer uma dessas essencialidades humanas. Nesses casos, nesses tão extasiantes casos, haveremos de arriscar e apostar toda a imponderável imperfeição de uma alma em evolução, em todos os níveis - porque é o que temos, ou melhor, é o que somos!

Portanto, esteja você em busca de uma nova carreira, de um grande amor, de mais rendimentos financeiros, de um sentido maior para sua existência ou de um outro ritmo para tudo o que já existe, siga o fluxo, feito persistente e sábio rio, que confia e simplesmente se deixa levar até o lugar onde há de se tornar gigante.

Além de tornar o processo muito mais criativo e produtivo, você reconhecerá, a partir de escolhas cada vez mais íntegras e conscientes, que sabe bem menos do que supõe e, ainda assim, está bem mais perto do que acredita, especialmente quando consegue transformar a angústia da espera em conforto: o exercício de viver o que há para ser vivido e só.

E por tão belamente ter me permitido essa constatação – ainda que com medo de não conseguir – afirmo e exclamo: seu dia vai chegar! Mas não pense que de um nada que você faça, nem tampouco de um desespero com que possa vir a fazer. Sobretudo desvendando a direção, dia após dia, com cada um de seus tropeços e com cada arranhão decorrente de suas tão particulares e secretas quedas.

Porque este é o mapa, o indicador do caminho, a seta que lhe conduzirá ao que tanto você deseja, esteja à procura ou à espera, mas sempre, sempre, considerando que cada dia é parte indispensável e intransferível de sua chegada!

E fico torcendo para que você se sinta como eu me sinto – radiante! E que seja, por fim, como tão delicada e encantadoramente escreveu Eça de Queiroz:

“(...) sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,

onde cada hora tinha o seu encanto diferente,

cada passo conduzia a um êxtase,

e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!”



http://positivopensamento.blogspot.com/

Gostei tanto que resolvi reproduzir aqui neste bué.
O blog dele é tudo de bom, vale a pena ir lá, da uma recarregada na bateria!

"C
omece um bom dia.

logo de manhã, encha o peito de ar, sinta-se invadido pela paz.
Diga para si mesmo: "Nunca me senti tão bem como hoje. Em dia algum encontrei-me mais disposto e sadio do que neste que agora começa. Sou feliz!"
Faça assim conscientemente, com decisão.
Deixe-se envolver por esta ideia.
Ela se tornará realidade no decorrer do dia.
E agradeça a Deus por tudo.
O hoje é o momento mais importante da sua vida."

(Lourival Lopes)

25 de outubro de 1988

Quando você morrer
eu vou chorar muito
só por não saber
que outra atitude tomar.

pensamentos positivos

Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores... Tornam-se seu destino.
Mahatma Gandhi

Preto no Branco

"A arte de escrever é, por essência, irreverente e tem sempre um quê de proibido: algo assim como essa tentação irresistível que leva os garotos a riscar a brancura dos muros." Mario Quintana

Do meu caderno de poesia de 1988 - tem tanto tempo que nem sei a quem eu amava, mas que eu amava muito, ah, isto eu sei!

Era uma vez um homem
que voava sentado.
Pairava acima das nuvens
e descansava seu corpo
no branco de uma quietude
que só ele conhecia.
Quando voltava a Terra e encontrava os amigos
achava alguns meio confusos, assim meio fora de órbita,
como se estivessem embriagados de um tédio, ou de
uma falta de esperança crônica.
Ficava muito sem ar e tinha dores de cabeça.
Pensava se ele deveria melhorar ou se perder.
Procurava uma receita e só encontrava
nada, um eco, de mal gosto
de mal cheiro, feito um arroto.
Se considerava então meio besta, meio qualquer
coisa.
Em dúvida entre voar para bem longe
ou ficar ali, naquele chão, que lhe parecia tão, tão
sei lá o que,
escolhia uma terceira hipótese: abraçava quem quisesse
e contava histórias. Das nuvens. Da Fé.
Da potencialidade.
Depois, ia trabalhar.
Feliz da vida.

Luanda, 13 de Junho de 2010
Casual de 29 de Setembro de 1988 para 10 de Junho de 2010
Deixa eu sujar seu carro
Talvez deixar no banco de trás
no assento de couro castanho
esta embalagem de gloss vermelho
Meio usado, meio mais ou menos
Uns papeizinhos de caixas de supermercado
estes com as letras bem fraquinhas
Dando pistas de compras supérfluas .
Deixa eu limpar sua boca
Tirar de seus dentes este brilho sarcástico
Colocar neste pequeno céu, estrelas perdidas
De frenesis, de vitórias de amor.
Agora, diminui a marcha. Freia!
Invade o acostamento.
Pára.
Salto aqui, sem saltos, sem sobressaltos
Nesta mesma esquina, que a gente nunca passou.
Tudo bem!
Nem ligo se está chovendo.

Noticias de Angola

Olá, povo!

Espero que tudo esteja bem com todos vocês!

Aqui, em Luanda, estamos no cacimbo. É o nosso inverno: manhãs,
cinzentas, um friozinho bem fraquinho, que antecede o Sol do meio dia.
As, noites, um arzinho e muito céu azul escuro. Principalmente, hoje,
lua cheia!

A saudade dói igual: uns dias, muito, outros dias, mais.

E o que realmente importa, em qualquer lugar do mundo onde a gente
esteja, é aquilo que a gente planta e aquilo que a gente sente. Pois,
a partir daí, temos o que merecemos ou, o que nos permitimos. Podemos
ser sempre estrangeiros, ou sermos locais. A intensidade, é muito
pessoal. Uma mala pronta, não é sinal de partida. E estar sozinho, não
traduz uma solidão.

Aprendi, a pouco tempo, que tudo que nos acontece, são resultados.
Das nossas ações ou das nossas não ações.

Que viver, realmente é correr riscos. E que ninguém está seguro em
suas enormes fortalezas. A violência nem sempre é física e o medo, nem
sempre é o que nos paraliza.

Aprendo muito por aqui. E ensino também. Existe uma grande troca, com
muitas expectativas. Às vezes, resulta. Outras, não.

E por isso, simplesmente, pois a beleza de minha existência está no
simplesmente, é que continuo por aqui.

Minha filha, no Brasil, cada dia me faz mais orgulhosa e segura de
que dou a ela uma formação muito legal. Que ela já anda com as
próprias pernas e que continua sonhando junto no nosso coração. Que
ela precisa de mãe pois será sempre minha menina. Que ela já me dá
força, e me lembra das vezes em que eu cai e levantei, sacodi a poeira
e dei a volta por cima. Resultados... E que tem uma tia muito fixe.
Está segura e amada. Tem amigos, tem familia.

Minha filha, no Brasil, escreve super bem e tira Excelente em
LIteratura. Tem sensibilidade e a vontade de fazer dança. Está fazendo
teatro e começando a desenhar seu destino.

Meu cachorro, cada dia mais figura, cada dia mais cachorro: leal
companheiro e brincalhão.

Com tudo isto e por tudo isto, que hoje eu resolvi escrever para vocês
dando notícias. Estou tranquila, serena e inteira. Saudável. E com
muito trabalho pela frente.

O resto, como dizia o Ari quando eu falava chorando, é literatura.

Então, uma poesia. De uma mulher. Talentosa, assim como eu e como
todas as pessoas que colocam atenção em tudo que fazem.

Beijos, abraços e cafunés angolanos.

Flávia